Nasceu em 1954 em Monção e é sem dúvida um
notável aguarelista português contemporâneo na linha dos grandes nomes que são
referência na prática desta modalidade pictórica. Apesar de autodidata no
sentido absoluto do termo sem ter frequentado escolas de arte oficiais ou
privadas, Puskas fez uma aprendizagem gradual num curto espaço de tempo,
através de muito trabalho de investigação e um jeito natural e intuitivo de
aplicação das regras de ouro desta modalidade da aguarela, mostra-se-nos com
outras técnicas como óleos e acrílicos com uma força deslumbrante. A
transparência e luminosidade, a conjugação da luz e das cores a construção dos
planos, o desenho da composição e o cromatismo riquíssimo com a predominância
dos azuis numa escala quase indeterminada. Com uma temática multíplice, Caminha
constitui certamente um dos grandes temas da sua preferência, o casario, os
telhados, as praças e os seus jardins, as zonas ribeirinhas e as suas histórias
míticas sobretudo de mulheres e dos povos que nelas fizeram história. Os
pintores realistas-naturistas, como é o caso de Puskas, não refletem nas suas
obras as convulsões sociais, as dúvidas filosóficas, políticas, éticas ou
psicológicas. Eles permanecem fiéis, tanto mental como espiritualmente, à magia
poética que se envolve de espetáculos da natureza, contemplando a beleza do
cosmos, tentando fixá-la por imagens que são apenas prazer para os olhos e para
a intuição estética dos observadores. Os pintores naturistas são os poetas das
artes plásticas. Para eles está sempre em primeiro lugar a luz, o colorido, a
forma, os contrastes atmosféricos, enfim, a beleza em si e só por si. Coisas
que se repetem e nunca são iguais, sendo sempre eternas.
Autodidata convicto, pinta óleo sobre
tela, acrílico, pastel e aguarela. Os seus diplomas são-lhe assegurados pelas
exposições que realiza e por quem lhe adquire as obras. A vocação e a
competência, o estudo constante, a persistência na vontade de cumprir-se, são
as credenciais que o mantêm à tona de qualquer crise. Os temas preferidos
fixam-se nos panoramas diurnos, prefigurados nos mistérios das sombras
iluminadas, nos espaços citadinos ou rurais, onde emprega uma linguagem
plástica plena de referências humanas e que os humanos compreendem e gostam de
possuir nos interiores das suas casas. Não admira, pois, que Puskas tenha
obtido êxito nas suas mostras em várias localidades do País e Estrangeiro,
decerto que irá prosseguir, nesta disposição e neste justo resultado.