Com os seus traços espontâneos constrói na tela um quotidiano de amor, solidão, revolta e saudade envolto numa luz mágica.
De quadro para quadro encontramos uma profusão e uma variedade de estilos que oferecem incessantes revelações.
Os seus quadros unem-se para protestar contra todos os abusos e para afirmar os direitos do sonho, do amor, e do conhecimento, e para encorajar a disponibilidade do espírito em loucos encontros e nas surpresas do acaso.
Por vezes, sente necessidade de segurar a realidade com muletas e com fios que pendem de outra realidade. Recorre às sombras para revelar outro mundo, outro sentir e outro pensar que não é o seu. Denuncia com vigor os obstáculos que impedem a vida de ser uma aventura poética.
Os seus quadros revelam que o homem só é capaz de reproduzir, mais ou menos fielmente, a imagem daquilo que o toca.
A pintura de Mário Rebelo de Sousa é um meio de libertação de espírito.
Luísa Nunes
Jornalista